A Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, por meio de deliberação do CEDCA PR – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Paraná, colocou no ar uma campanha para estimular empresários a contratarem adolescentes a partir de 14 anos, conforme indica a Lei de Aprendizagem. Tal campanha começou no dia 12 de Junho – Dia Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e da Proteção do Trabalho Adolescente.
O vídeo principal da campanha tem inserções na TV aberta, é veiculada no Youtube do Governo do Paraná (versão de 1 minuto), além de aparecer como anúncio quando paranaenses acessam outros vídeos do Youtube. Até o fechamento desta matéria, esse vídeo já estava com aproximadamente 1.700 visualizações orgânicas (não pagas) e mais de 300 mil visualizações pagas. Para assisti-lo, clique no play logo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=d7o8o5zNsWk
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Outros materiais
A campanha conta ainda com quatro cartazes, um hotsite, um folder, que podem ser baixados aqui. O link fará abrir uma janela de salvamento do arquivo, em formato ZIP, contendo os cartazes e folders. Mídia online como banners quadrados e retangulares, por exemplo, não estão disponíveis no kit para download. Os demais vídeos estão no canal de Youtube do Governo do Paraná e também na sequência deste post.
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Assista aos outros vídeos da Campanha
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Breve avaliação
Tanto o vídeo principal, quanto os cartazes, buscaram retratar a diversidade étnico racial, apresentando adolescentes negros, brancos, com mobilidade reduzida e com síndrome de down. Além disso, é utilizada a linguagem do rap na recitação do texto. O conteúdo dito por eles, é todo construído numa perspectiva em que o adolescente é quem pede uma oportunidade para ser aceito e conseguir a vaga.
Um dos cartazes possui em seu fundo a fotografia de um ambiente: a) que pode ser considerado inseguro para o trabalho adolescente, com circulação de empilhadeira; b) maquinário não protegido por divisórias; c) insalubre/ visivelmente empoeirado; e d) telhado que aparenta ser de de amianto, substância perigosa caso seja aspirada. Talvez, para evitar polêmicas, a imagem de fundo pudesse ser trocada pela de outro espaço industrial. Aliás, esta imagem também é repetida duas vezes em outra peça da campanha: o folder informativo, mesmo com outras opções de imagens para serem destacadas.
O folder de 8 páginas, por sua vez, traz conteúdo textual bastante relevante ao informar sobre aspectos básicos da lei de aprendizagem e os principais direitos que ela defende. Indica ainda no que o(a) empregador(a) precisa se atentar e prever no contrato de trabalho, bem como quais as penalidades para quem é obrigado e não contrata pode acabar sofrendo.
O hotsite da campanha tem uma página ótima que responde a 16 perguntas relevantes para ajudar a tirar as dúvidas de adolescentes sobre a lei de aprendizagem. Outra página importantíssima é a que ajuda a compreender um pouco sobre os malefícios do trabalho infantil e da não proteção do trabalho adolescente, bem como indica alguns canais de denúncia e de onde o(a) adolescente pode pedir ajuda em caso de exploração do trabalho infantil.
Por último, a única peninha que fica é que em absolutamente nenhum dos materiais fica claro que a campanha é integralmente financiada com recursos do FIA – Fundo Estadual para a Infância e Adolescência do Paraná. O que ser deduzido é apenas parte da história: a de que a campanha é realizada numa parceria entre o CEDCA PR e a SEDS PR, não ficando claro se além dos R$2.192.656,76 (dois milhões, cento e noventa e dois mil, seiscentos e cinquenta e seis reais e setenta e seis centavos) que saíram do FIA, o Governo do Paraná ou o orçamento da SEDS chegou a investir algo para estas produções.
De modo geral, a campanha apresenta alguns avanços importantes na conscientização de empresas de médio e grande porte, que são obrigadas a manter em seu quatro de funcionários uma porcentagem de 05 a 15% de adolescentes aprendizes. Além disso, também incentiva e dá instrumentos aos/ às adolescentes a conhecerem mais sobre seus direitos em relação à aprendizagem.
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