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Campanha ‘Defenda-se’ traz crianças em práticas educomunicativas no enfrentamento às violências sexuais

Imagem: Reprodução/ Defenda-se.

No seu quarto ano de existência, a Campanha Defenda-se ganha novo vídeo voltado para crianças entre 5 e 12 anos serem conscientizadas da importância da autodefesa contra as violências sexuais. Além do vídeo, a campanha segue com hotsite e disponibilização de todas as demais animações no Youtube.

Este já é o 11° vídeo produzido desde que a Campanha começou. As novidades são a reformulação dos traços das ilustrações e o surgimento de uma nova turma personagens, representando as populações negra, indígena, refugiada, branca e com deficiência, por exemplo.

Com pouco mais de 2 minutos de duração, o vídeo incentiva as crianças a ficarem atentas para perceber os toques que causam sentimentos ruins, ter coragem para dizer não e a procurar adultos de confiança para se proteger das violações.

O vídeo já está disponível na web e foi exibido durante o 5° Seminário Estadual ECA 28 Anos, em Curitiba (PR). | Foto: Diego Henrique da Silva.

O coordenador nacional da Campanha Defenda-se, jornalista Vinícius Gallon de Aguiar, comentou sobre o vídeo durante o 5° Seminário Estadual ‘Estatuto da Criança e do Adolescente: 28 Anos’, na manhã do dia 17 de Maio, em Curitiba (PR). Para ele, a campanha também investe na construção de uma boa auto-estima entre as crianças, por acreditar que quando esse público possui uma boa auto-estima em relação a si, tendem a ser mais seguros e a tomarem uma iniciativa de se manifestar quando vítimas de algum abuso, por exemplo.

Vinícius está envolvido com a campanha desde o seu lançamento, em 2014. | Foto: Diego Henrique da Silva.

A assistente social e psicóloga Adriana da Silva Turbay, especialista em Políticas de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco, também palestrou no Seminário e comentou que o vídeo foi bastante feliz em refletir sobre a dimensão real da violência infanto-juvenil. Como exemplo, essa citou que não foram utilizados monstros, bichos ou animais selvagens para representar o(a) agressor(a), mas sim outros seres humanos e esse tipo de abordagem, segundo ela, é muito melhor.

Adriana Turbay aproveitou a rodada de respostas aos questionamentos da plenária para comentar sobre o aspecto positivo que o novo vídeo da Campanha traz. Foto: Diego Henrique da Silva.


Criançada que educomunica! [Spoiler alert]
Durante a animação, tem um pedacinho em que os(as) personagens gravam um vídeo com informações sobre a importância da autoproteção infantil, atuando como apresentadores(as) mirim, sinalizando sobre a importância da comunicação e da educação entre pares como forma de enfrentamento às violências sexuais e disseminação de conteúdos com potencial de mobilização social. Vale lembrar que o coordenador da campanha já atuou como educomunicador em projetos sociais de produção audiovisual para e com adolescentes (como o ‘Luz, Câmera, Paz!… Na Escola’ e o ‘Ponto de Cultura Educamídia’, por exemplo) que podem ter sido influências na produção de seu roteiro.

Diversidade étnico-racial, de gênero, etária e de atores do sistema de garantia de direitos também é representada no novo vídeo da campanha. | Imagem: Reprodução/ Campanha Defenda-se.


Sobre a Campanha Defenda-se
Desenvolvida pela Rede Marista de Solidariedade, por meio do Centro Marista de Defesa da Infância, a campanha Defenda-se tem como base o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, especialmente no eixo de Prevenção, que assegura a realização de ações preventivas contra o abuso e/ou exploração sexual de crianças e adolescentes, fundamentalmente pela educação, sensibilização e autodefesa. Além disso, responde ao 3º Protocolo Facultativo da Convenção sobre os Direitos da Criança, do qual o Brasil ainda não é signatário, mas que prevê a possibilidade da criança denunciar à Organização das Nações Unidas (ONU) violações de seus direitos.

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Written by Diego Silva

Jornalista, educomunicador, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos no Paraná (2016-2018) e cofundador do coletivo Parafuso Educom. Além de produzir conteúdo para o portal Universo Educom, também escreve para a AJN - Agência Jovem de Notícias, Revista Viração e blog 'Educação e Mídia', da Gazeta do Povo. Desde 2015 é associado à ABPEducom - Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação.

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