O CEFURIA – Centro de Formação Urbano-Rural Irmã Araújo realizou sua Assembleia Geral no último sábado (04/02), de forma ampliada e celebrativa. Ao invés de uma reunião restrita aos seus associados(as), a entidade mobilizou representantes de inúmeras entidades, movimentos sociais, coletivos, mídias livres, estudantes, educadores(as), trabalhadores(as) e empreendedores(as) sociais para um diálogo com o Secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho. O encontro aconteceu no Auditório da APP – Sindicato dos Trabalhadores(as) da Educação Pública do Paraná.

Na ocasião, o convidado especial fez um breve e importante resgate histórico do nascimento do CEFURIA, do contexto que o Brasil atravessava no final dos anos 80 e destacou a missão e “objetivo de ser” do Centro de Formação.

O CEFURIA nasce com a intenção de qualificar os grupos de populares e atuar na sua formação contínua, em política, cidadania e educação popular”. Gilberto Carvalho, cofundador do CEFURIA.

O tema da assembleia foi “Sem participação popular não há democracia”. Gilberto também fez importantes alertas, sobretudo em relação aos movimentos populares estarem vigilantes, atuantes e cobrarem sistematicamente o Governo Federal por mudanças e melhorias na qualidade de vida do povo brasileiro nos mais diversos aspectos e segmentos.

Foto: Divulgação/ Mandato Professora Josete.

A economia solidária não é uma moda. Ela veio pra ficar. Ela insere pessoas no mercado de trabalho e reforça a consciência da necessidade de organização popular coletiva. Ela ajuda a pensar num novo modo de vida, de produção, de distribuição e de consumo também. E isso tem que acontecer em rede, em parcerias em união”. Gilberto Carvalho, Secretário de Economia Solidária do Ministério do Trabalho.

No evento, dezenas de pessoas puderam fazer suas falas, destacando a participação popular nas mais diferentes frentes como:

✏️ 1. Educação para a cidadania nas escolas públicas, a partir de políticas públicas do Ministério da Educação;

✊🏿 2. Inserção das juventudes na economia solidária, como proposta de modelo alternativo à exaltação tão somente das disciplinas de empreendedorismo e educação financeira em escolas públicas;

🤜🏻🤛🏿 3. Promoção da intersecção das pautas e lutas populares, de modo que as discussões de promoção dos direitos humanos seja feita com amplos grupos representativos;

📌 4. Fortalecimento e continuidade dos comitês de luta e brigadas digitais, como meio de resistir e enfrentar a desinformação, as notícias falsas e promover um debate político saudável, coerente e pautado na verdade;

🚩 5. Reconstrução do que foi desmontado em termos de políticas sindicais, que fragilizaram a organização e luta pelos direitos dos(as) trabalhadores(as) de todas as categorias;

📣 6. Promoção da organização popular (de modo que não se desmobilizem com a chegada do presidente Lula à presidência), bem como à formação popular em comunicação, de modo que utilizem as mais diferentes mídias para comunicar sobre as suas pautas, demandas e gerar a reflexão sobre as diferentes causas sociais;

🔎 7. Monitoramento, fiscalização, contribuições e pressão pela execução da Política Estadual de Produção Agroecológica do Paraná;

📚 8. Incidência política para que as ações previstas no Relatório da Comissão Estadual da Verdade Teresa Urban, que discute e denuncia as violências sofridas por diferentes pessoas, instituições e grupos no período da Ditadura Militar no Paraná, sejam acompanhadas, executadas e jamais esquecidas, de modo que nada parecido torne a acontecer no futuro;

🏛️ 9. Aproximação dos movimentos populares com as práticas das universidades, de modo a construir cenários coletivos de desenvolvimento social;

💬 10. Fortalecimento do diálogo com os(as) professores(as) que estão lidando diariamente com crianças, adolescentes e jovens e, muitas vezes, acabam não sendo consultados(as) nas estratégias de promoção da cidadania e da educação popular.

Na ocasião, o portal Universo Educom também se inscreveu para fazer contribuições, como outros(as) atores sociais fizeram e tiveram suas pautas citadas na lista acima. Levantamos o fortalecimento e a ampliação dos direito à participação social de crianças e adolescentes, provocando sobre a importância de investir em ações, projetos, estratégias e programas voltados a incentivar a reflexão e a ação desses grupos etários desde cedo, inserindo-os, inclusive, em espaços de discussão e deliberação acerca de políticas públicas que afetem as suas vidas.

O evento contou ainda com uma linda mística de abertura, em que diversas cenas representaram a vitória da democracia sobre o fascismo, a fome, a miséria e a destruição dos aparatos de cultura e direitos humanos. Houve falas das coordenações do CEFURIA e da APP Sindicato, entrada de bandeiras dos mais diversos movimentos populares e organizações, ciranda com todos(as) os(as) participantes do evento, almoço comunitário, feira de produtos da economia solidária (livros, artesanatos, óleos essenciais etc.) e promoção do livro que sistematiza experiências da Rede Mandala – Rede Paranaense de Economia Solidária Campo Cidade.

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Jornalista, educomunicador, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos no Paraná (2016-2018) e cofundador do coletivo Parafuso Educom. Além de produzir conteúdo para o portal Universo Educom, também escreve para a AJN - Agência Jovem de Notícias, Revista Viração e blog 'Educação e Mídia', da Gazeta do Povo. Desde 2015 é associado à ABPEducom - Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação.